As duas melhores características que alguém pode ter para se sentir feliz no maior número possível de dias ao longo da sua vida, são o egoísmo e a ignorância.
Não estou a dizer isto de uma forma pejorativa. Quem não o é, ou é em menor dose, discordará disto, até eu, admito, custa-me aceitar uma coisa destas, mas é a mais pura das verdades.
Como se diz, "não se pode explicar a um ignorante que ele é ignorante", e como neste pensamento, há muitos outros semelhantes, como o bíblico, "Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus".
Quantas vezes pensamos o felizes que as crianças são, os adolescentes menos um bocadito, e por aí fora... quem se lembra de ver um velhinho a rir?
A sabedoria, na qual está incluída a noção de um mundo para além do nosso umbigo, a preocupação com o próximo, que se aprende sobretudo pelas nossas experiências pois só assim pode ser sentida ou percebida quando nos é alheia, as cicatrizes, os obstáculos vencidos e as desilusões, se por um lado nos fazem crescer, nos fazem sentir melhores, mais completos, também nos roubam a inocência, a causa maior da felicidade.
Para contrariar este tipo de tendência, existem duas alternativas, sendo uma delas cientificamente invíável ou no mínimo insensata, que conssistiria em apagar todas as nossas memórias relativas a acontecimentos que nos fizeram crescer e aprender, normalmente designados por ERROS! Sempre podemos tentar bater com a cabeça na parede e ficar amnésicos, mas teria que ser uma amnésia selectiva, há muita coisa que não interessa mesmo esquecer. Imaginem-se a ter que tirar novamente o curso superior, ou a carta de condução, etc.
Não me parecendo que as paredes tenham culpa, e para não gastar dinheiro em pinturas ou hospitais, a alternativa a reduzir "o saber", é aumentar "o egoísmo".
É mau? claro que é, vai contra os nossos princípios, valores, essência. No entanto pode-se fazer sem colidir com o nosso próprio ego, basta para isso estabelecer prioridades: o que é importante? com quem? com o quê e quando nos devemos de facto preocupar quando outra pessoa se queixa, pede, cobra, exige? Basta distinguir o que é realmente importante do que é acessório, o que é necessidade do que é capricho, o que é dor do que é fita, e garantidamente seremos tão bons como antes, sem que o lugar no avião para o tal sítio a que chamam paraíso, nirvana, éden, etc, deixe de estar garantido. Neste caso, não interessa se o lugar é em primeira ou classe turística, o que interessa é lá chegar, porque o caminho até ao aeroporto dura uma vida, a viagem posterior demorará um piscar de olhos, certamente.